O prato de salada do brasileiro anda pesando na balança e essa não é
apenas uma impressão do consumidor: de janeiro a setembro deste ano, o preço de
tubérculos, raízes e legumes avançou 48,49%, muito acima do índice geral, de
3,77%, apurado pela inflação oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo).
Alimentos como tomate, cenoura, batata, cebola e mandioca estão chegando
mais caros à mesa e elevando a cesta básica do brasileiro. A inflação deles
está mais alta que a de carnes e peixes, que acumulam variação de 5,46% no ano,
e também que a do frango, cujo índice teve aumento de 5,64% no período.
Segundo a assessora econômica da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do
Estado de São Paulo) Julia Ximenes, os meses de setembro e outubro não são
muito propícios para os tubérculos.
— Não é um período de disponibilidade muito farta desses itens. Porém,
há outros problemas afetando esses produtos in natura, como a ausência de
chuvas, a necessidade de irrigação (o que aumenta o custo de produção) e o
aumento do custo do frete. A pressão causada por esses fatores afeta o preço
final dos alimentos.
Para driblar essa alta, os consumidores devem pesquisar os preços,
recomenda Julia. Outra alternativa é tentar consumir, na medida do possível,
produtos que tenham mais disponibilidade nesta época do ano e que não sofram
tanto com os problemas climáticos.
— No caso dos legumes, pode-se incluir a berinjela e o aspargo, por
exemplo.
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), que
facilita a comercialização, distribuição e armazenamento de produtos
hortifrutigranjeiros, confirma o encarecimento da batata na mesa do paulistano,
como a diminuição da produção.
Os preços subiram 32,1% em setembro e o quilo passou de R$ 1,15 para R$
1,52, informa o economista do Ceagesp Flavio Godas.
— De fato, problemas sazonais reduziram a produção e o volume ofertado
de batata aqui na Ceagesp. A tendência é que a situação se normalize ainda
neste mês.
O consumidor poderá sentir os alimentos aliviando o bolso ainda neste
ano, afirma Julia. Em novembro, a safra já é mais favorável para os tubérculos
e a inflação de batata, beterraba e cenoura começa a desacelerar.
A chegada das chuvas também vai beneficiar itens como nabo, pepino,
pimentão e tomate, este último o vilão dos últimos meses.
Fonte: R7
Blog Bruno Brito
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