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Festa seca, ou fome alegre? Dilema dos nordestinos.


  

É sabido por uma boa parte do povo nordestino que a seca é um fenômeno natural, e por ser um fenômeno natural, a prevenção aos danos causados por ela, deve ser constante.
Entendamos quais são os fatores que determinam o clima da região, especialmente na sub-região do sertão, região que mais sofre com a seca.
“O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo, esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuva.
No sul do Sertão ocorrem, raramente, chuvas entre outubro e março, essas são provenientes da ação de frentes frias com característica polar que se apresentam e agem no sudeste. As outras áreas do Sertão têm suas chuvas provocadas pelos ventos alísios vindos do hemisfério norte.
No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro e abril, no entanto, em determinados anos isso não acontece, ocasionando um longo período sem chuvas, originando assim, a seca.
As secas prolongadas no Sertão Nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de El Niño, nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca.
A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais, a falta de produtividade causada pela seca provoca a fome”.
Pois bem, se os representantes do povo já sabem dessa realidade de nossa região, porque eles esperam os castigos da seca para tentar fazer alguma coisa? Não seria mais racional uma prevenção antes para o povo não sofrer depois? Ou será que os governantes não se preocupam com a prevenção, porque tiram proveito político do sofrimento do povo nessa época? Agora interessante, o governo que não faz nada em relação a esse fenômeno natural, lamenta hipocritamente o sofrimento da população nordestina, ao mesmo tempo em que bilhões são gastos com festas milionárias para promover o nome deles. Pode uma coisa dessas? Nesse lance paradoxal, temo que se essa seca não acabar logo, nós nordestinos morreremos de tristeza por causa fome, mas alegres por causa das festas, tipo assim: O gado morrendo e os donos dançando, o pão faltando nas mesas e as famílias enchendo o “bucho” de cachaça nas festas pagas pelo o governo, Seria cômico, se não fosse trágico essa situação lastimável, morrer com fome e com cirrose, porém aplaudindo os políticos que ao invés de nos oferecer o alimento tão necessário a vida, nos oferece mel com terra, cuscuz com leite, mel com limão e leite com mastruz, e lá vamos nós, comendo essas misturas loucas e morrendo feito loucos sem pasto pros animais e sem alimento pras famílias.

Geraldo Silva/Radialista
Blog Bruno Brito

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