O Papa Francisco revelou em uma nova entrevista que já assinou sua carta de demissão para ser usada no caso de ficar “incapacitado”.
Francisco fez o comentário em entrevista ao canal de notícias espanhol ABC, publicada no domingo (18), quando questionado sobre o que aconteceria se um papa fosse repentinamente impedido de desempenhar suas funções devido a problemas de saúde ou a um acidente.
Francisco disse que escreveu a carta há vários anos e a entregou ao então secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, que renunciou em 2013.
“Já assinei minha renúncia. O Secretário de Estado na época era Tarcísio Bertone. Eu assinei e disse: ‘Se eu ficar incapacitado por razões médicas ou qualquer outra coisa, aqui está minha renúncia’”, contou Francisco.
“Não sei a quem o cardeal Bertone entregou essa carta, mas eu a entreguei a ele quando ele era secretário de Estado”, disse Francisco, acrescentando que esta foi a primeira vez em que falou publicamente sobre a existência da carta.
Francisco disse que os ex-pontífices Paulo VI e Pio XII também redigiram suas cartas de renúncia no caso de uma deficiência permanente.
Francisco, 86, parece estar bem de saúde, exceto por problemas no joelho. Ele tem sido frequentemente visto com uma bengala e às vezes usa uma cadeira de rodas devido a dores no joelho direito.
No início deste ano, ele cancelou uma viagem à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul depois que os médicos disseram que ele também poderia perder uma viagem posterior ao Canadá, caso não fizesse mais 20 dias de terapia e descansasse o joelho direito.
No ano passado, o papa fez uma cirurgia para remover parte do cólon devido a uma diverticulite, uma condição comum.
Em 2013, o predecessor imediato de Francisco, o Papa Bento XVI, tomou a decisão quase sem precedentes de renunciar ao cargo, citando a “idade avançada” como o motivo e surpreendendo o mundo católico.
Foi a primeira vez que um papa renunciou em quase 600 anos. O último papa a renunciar antes de sua morte foi Gregório XII, que, em 1415, pediu seu afastamento para pôr fim a uma guerra civil dentro da igreja na qual mais de um homem afirmava ser papa.
Blog Bruno Brito
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