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Professor e estudantes da UNIVASF Petrolina visitou Cachoeira do Roberto pesquisando uma Árvore com enormes espinhos

                                     <span style='font-style: italic;'>Prosopis ruscifolia</span> Griseb. (Fabaceae)



Prosopis ruscifolia Griseb. (Fabaceae), uma espécie redescoberta após 60 anos

 
Professor e estudantes da UNIVASF visitou Cachaoeira do 
Roberto atrás de uma árvores de enormes espinhos onde moradores afirmam que essa árvore só existe no povoado de Cachoeira do Roberto.

  Em 1912, o naturalista alemão Philipp Von Luetzelburg percorria o Nordeste Brasileiro, catalogando a flora desta região para compor o "Estudo Botânico do Nordeste", uma obra de sua autoria. Nesta obra o autor descreveu uma localidade, denominada Cachoeira do Roberto, estado de Pernambuco. Neste local existiam duas árvores que foram identificadas como Prosopis ruscifolia Griseb. (Fabaceae), estas despertam grande atenção de pesquisadores e moradores locais, devido a presença de uma grande quantidade de espinhos avantajados ao longo dos ramos da copa da árvore e por não ocorrer em mais nenhum outro local próximo.


     A ocorrência desta espécie até o momento só estava restrita ao Chaco Argentino, Boliviano e Paraguaio, registrando-se assim uma nova localidade para ocorrência da mesma. Surgia então uma pergunta de difícil resposta: "Como esta espécie chegou na Caatinga?"


     No ano de 1952, Dárdano Andrade Lima, juntamente com Mendes Magalhães, retornaram à localidade seguindo os passos de Luetezelburg e encontraram as duas árvores e coletou o material que foi avaliado e identificado pelo iminente especialista em Leguminosae da época, Adolpho Ducke, que comentou sobre a curiosidade da espécie nas Memórias do Instituto Osvaldo Cruz em 1953. Após 60 anos da última coleta, no dia 15 de Julho de 2012, numa ensolarada manhã de domingo, a equipe do CRAD/UNIVASF, em uma expedição de campo, reencontrou a espécie, que se caracteriza como o único registro para o Nordeste do Brasil. 


     Relatos de moradores mostram que a planta era usada para uso de chá contra gripe, e a raspa do seu espinho como dentifrício na cura de dor de dente, porém, atualmente esta prática não continuou entre os moradores. Ela é comumente chamada de "espinheiro", "pau-de-espinho" e "juncumarim", esse último um nome indígena, cujo os moradores desconhecem o significado da palavra. Os dois primeiros nomes são usados por conta do avantajado tamanho do espinho que a árvore possui. 


     Não existe fiúza de como esta espécie chegou a esse local, várias são as histórias contadas pelos moradores, alguns dizem que foi por conta de um dilúvio que ocorreu antigamente e após isso as duas árvores teriam se desenvolvido; estudiosos apontam que poderia ter vindo do Chaco, por conta do local ser rota de passagem para o Norte/Nordeste do Brasil antigamente; existe também uma história de um padre ter plantado as árvores quando veio morar na região. Não se sabe ao certo sua origem, porém as mesmas estão no mesmo local descrito por Luetzelburg e Dárdano, e não apresentam nenhum vestígio de desenvolvimento de outras espécies, para o povoamento do local.


     Com essa redescoberta estudos de relação entre Chaco e Caatinga podem então ter um fim, e as respostas de vários anos poderão ser respondidas em breve.


Igor Tenreiro, Ana Caroline Coelho & José Alves de Siqueira Filho

<span style='font-style: italic;'>Prosopis ruscifolia</span> Griseb. (Fabaceae)
















Fonte: Site da UNIVASF
Blog Bruno Brito

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