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Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para obter diploma

Os estudantes de medicina que começarem o curso em 2015 terão que trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) como requisito necessário para ter o diploma. A medida valerá para todas as escolas de medicina públicas e privadas do país, mas ainda vai demorar a ter resultados. Os estudantes vão começar esse segundo ciclo da formação apenas em 2021, quando tiverem passado pelos seis anos do primeiro ciclo de formação. O governo federal lançou nesta segunda-feira o programa “Mais Médicos para o Brasil”, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto e que contou com as presenças da presidente Dilma Rousseff, do vice Michel Temer, dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante, além de governadores, prefeitos e parlamentares de vários estados.
Durante a cerimônia de lançamento do programa, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, defendeu a medida de importar médicos, ao comparar os dados de pessoas que se formam nos cursos no país com o de outros países e principalmente com o total de médicos em comparação à população.A norma faz parte da medida provisória (MP) editada nesta segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff com ações voltadas para a saúde pública. Entre elas estão as regras para o programa "Mais Médicos". O programa prevê o preenchimento das vagas na atenção básica à saúde nas regiões onde há carência desses profissionais. Será dada prioridade aos médicos com registro no Brasil, que deverão começar suas atividades em 2 de setembro. As vagas que sobrarem vão primeiramente para os brasileiros formado no exterior e, por fim, para os médicos estrangeiros. Estes devem começar a trabalhar em 18 de setembro. O número de vagas ainda não foi fechado e vai depender da demanda.
— Por dez mil habitantes, o Brasil tem um número de estudantes muito baixo. Menos que os Estados Unidos e a Inglaterra, abaixo da Austrália e similar ao do Canadá, que importa médicos.
O ministro afirmou que o objetivo é aumentar o número de vagas nos cursos de medicina, principalmente em residência, e descentralizar os locais que oferecem as vagas. Mas ele ressaltou que essa política irá demorar para trazer resultados.
— Cada matricula dessa, o médico só vai ficar formado em seis a oito anos. Mas isso vai resolver o problema de oferta a partir de 2022. E em 2019 teremos os primeiros médicos formados — afirmou.
— Não não queremos simplesmente formar médicos. Nós queremos formar bons médicos para o país — disse.
Mercadante destacou que o Revalida continuará sendo aplicado. O exame será obrigatório para médicos estrangeiros que quiserem ter a liberdade de trabalhar em qualquer lugar do país, mas não aos que aderirem ao "Mais Médicos".
— Não queremos barreira artificial, queremos que venham para o Brasil todos os médicos que quiserem. Mas eles vão ter de ter a mesma qualidade dos brasileiros — disse Mercadante, que defendeu que tenha “equilíbrio” a medida.
— Faltam médicos no nosso país. E os que existem, estão mal distribuídos — disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
— Não podemos ficar esperando seis, sete, oito anos para que a gente possa levar médicos para o paciente. Por isso, amanhã sai edital para a chamada de médicos brasileiros. A remuneração é de R$ 10 mil, integralmente paga pelo Ministério da Saúde. Não há nenhum custo para as prefeituras.
— Não há nenhum preconceito em relação a qualquer país que forme bem seus médicos. Se tivermos médicos bem formados que queiram atender a nossa população onde não conseguirmos preencher com brasileiros, vamos trazer — disse Padilha, lembrando que no passado já houve tentativas de vários políticos, inclusive da oposição, de trazer médicos cubanos para o país. (O Globo)

Blog Bruno Brito

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