O crescimento da pandemia provocada pelo novo coronavírus está levando a uma mudança drástica no perfil dos pacientes internados com Covid-19 nas UTIs públicas e particulares de todo o país. Os doentes são pessoas mais jovens, com idades entre 30 e 50 anos, e que necessitam entre dois e cinco dias a mais de internação em comparação com os pacientes internados no início da crise sanitária.
Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde de São Paulo, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira (1), “a pandemia retornou com velocidade e característica clínica diferentes da primeira onda. São pacientes mais jovens, com condição clínica mais comprometida. São pacientes que acabam permanecendo por período prolongado na UTI. Esses aspectos fazem com que tenhamos ocupação crescente de leitos. 60% desses pacientes estão ocupando nossas UTIs. O que víamos era o contrário. 60% ocupavam enfermarias e 40% nas UTIs”.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, em muitas unidades os casos registrados nas UTIs superam os das enfermarias. Até pouco tempo atrás, a média era de dois internados por enfermaria para um na UTI.
“Agora isso está invertendo em muitos locais. Sugere internações mais tardias, com pacientes mais graves. Talvez por confiança nesses ditos tratamentos precoces, que a gente sabe que não funcionam”, disse a presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Suzana Lobo.
Ente as hipóteses para a mudança no perfil dos pacientes estão a circulação de novas variantes do coronavírus, maior exposição ao vírus e a demora em buscar ajuda médica. (247)
Blog Bruno Brito
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