Projeções feitas por cientistas nos EUA e Brasil acenderam o alerta de especialistas sobre a possibilidade de uma terceira onda de Covid-19 no país, com nova alta de óbitos. Isso porque o Brasil enfrenta um processo de vacinação em massa lenta – 62º no ranking global de aplicação de doses- e aplica uma política de pouco isolamento social, com comércio aberto e poucas restrições para conter a circulação.
Ethel Maciel, professora da UFES e doutora pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, declarou ao jornal O Globo que a imunização é um ponto central para conter o avanço da terceira onda. “Evitá-la vai depender muito da vacinação, que já se mostra efetiva na redução de mortes e internações. Temos que vacinar 1,5 milhão de pessoas ao dia, idealmente 2 milhões. E ter cautela na flexibilização das medidas de isolamento”.
Sem o avanço na vacinação, o Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, nos EUA, que tem se destacado por suas projeções certeiras desde o início da pandemia, indica que o país poderá chegar à trágica marca de 751 mil mortes por Covid-19 até 27 de agosto. E isso em cenário que inclui o uso de máscaras por 95% da população no país. No entanto, é corriqueiro ver pessoas sem máscara ou usando-a de forma inadequada em espaços públicos.
O aumento de mortes, frisam os especialistas da universidade americana, é esperado mesmo com a redução nas internações em UTIs e na média diária de óbitos, em comparação com abril,
Segundo a reportagem, no pior cenário projetado pelos analistas americanos, em que a variante P.1, que emergiu em Manaus e já se espalhou por 16 países latino-americanos, continue se espalhando e vacinados abandonem o uso de máscara, o país pode voltar ao patamar de 3.300 mortes diárias em torno de 21 de julho e alcançaria 941 mil mortes em 21 setembro.Até agora, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, o Brasil já perdeu 436.862 vidas para a Covid-19.
Imunização lenta
Apesar de ser a 21ª economia global, o Brasil amarga a 62ª posição no ranking global de aplicação de doses da vacina contra Covid-19 na relação a cada 100 habitantes. O país, que iniciou a vacinação há exatamente quatro meses, já esteve na 56ª posição desse ranking e, na última sexta-feira (14), ocupava a 60ª posição.
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